Paraguai dá passo ousado na suinocultura sustentável

Suinocultura sustentável no Paraguai: investimento de US$ 8 mi em ração à base de resíduos de mandioca e algas, com apoio da FAO, mira +25 % em exportações de carne suína à UE até 2026.

Em 2024, o Paraguai destinou US$ 8 milhões para a construção de modernas fábricas de ração à base de resíduos de mandioca e algas marinhas. A iniciativa, realizada em parceria com a FAO, busca não apenas reduzir o impacto ambiental da produção suína, mas também elevar o padrão de qualidade do setor no país vizinho.

As novas unidades industriais transformam subprodutos da mandioca – tradicional na agricultura paraguaia – e extratos de algas em ingredientes nutritivos e de baixo custo para os criadores. Esse processo circular valoriza insumos locais, diminui a dependência de grãos importados e corta emissões associadas ao transporte e ao descarte de resíduos.

Com esse fôlego “verde”, o Paraguai mira um salto nas vendas externas: a meta é expandir em 25% as exportações de carne suína para a União Europeia até o fim de 2026. Além de buscar novos mercados, o país fortalece sua imagem como fornecedor comprometido com a sustentabilidade.

Para os produtores locais, o acesso a uma ração de alto valor nutricional e menor preço torna-se um trunfo competitivo. Já o consumidor europeu vê no selo de “rastreabilidade verde” — que a FAO auxiliou a elaborar — uma garantia de qualidade e responsabilidade socioambiental.

Em menos de dois anos, esse modelo pode se tornar referência na América do Sul. A aposta paraguaia prova que inovação e respeito ao meio ambiente andam juntos — e podem render lucros e reconhecimento no mercado global.